Adiar contas em tempos de coronavírus: vale a pena?

Salários reduzidos e demissões preocupam as famílias brasileiras

Várias organizações de saúde e de economia já preveem que o ano de 2020 vai ser terrível para a economia.  Essa reportagem da BBC cita que a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) diz que o mundo vai levar anos para se recuperar economicamente dos estragos causados pela pandemia do novo coronavírus.

Além disso, a organização estima que a crise financeira será ainda maior do que as aconteceram em 2008 e 2001. O número de desempregos no Brasil também deve aumentar e chegarem a 20 milhões de desempregados.

São tantos setores sentindo na pele a queda na arrecadação, que vimos órgãos públicos e empresas privadas cortando onde dar para poder sobreviver e não demitir as pessoas. Só que em alguns casos não é possível, então, os cortes salariais, redução de carga horária e demissões acontecem muito ainda que a intenção não seja essa.

Todos estão tendo que reorganizar suas rotinas, economizar e sofrem para pagar as contas e manter a família. Por isso, é preciso adiar o que dá para ser adiado e negociar tudo o que puder. Vamos trazer algumas dicas para passar por esse momento difícil, seguindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde, claro.

Pesquise sobre as contas básicas

A Aneel, responsável pelas concessionárias de energia elétrica em todo país, suspendeu o corte de energia por 90 dias. As cobranças continuarão a serem feitas, mas por três meses você não enfrentará cortes por não pagar as faturas. Além disso, todas as contas não virão todas de uma vez, você poderá negociar assim que tudo se normalizar.

Em alguns estados, as contas de água e gás também passarão pelo mesmo processo. Caso você tenha cadastro no Cadastro Único do governo federal, esses benefícios já estão garantidos para a conta de água, por exemplo. Só que você precisa pesquisar se o seu estado irá aceitar atrasos e dar facilidades depois.

Negocie empréstimos

Por enquanto, empréstimos da modalidade consignado não podem ser adiados ou congelados, a proposta ainda está tramitando no senado federal. Quem possui empréstimos pessoais ou CDC, consegue entrar em contato com o banco para que essas parcelas sejam adiadas.

Banco do Brasil, Caixa e Santander são três dos cincos bancos que estão aceitando adiamento de empréstimos e congelamento de parcelas por 90 dias. Tudo pode ser feito pelos aplicativos dos bancos, sem precisar sair de casa. Consulte na área de empréstimos do APP.

Congele parcelas de financiamentos

Quem tem financiamento imobiliário pela Caixa pode congelar parcelas sem dificuldades, também pelo aplicativo. Escolha as parcelas a serem congeladas, mas os prazos são até 90 dias. Assim como no caso dos empréstimos, as parcelas não virão todas de uma vez e o banco promete oferecer condições para quitação das parcelas congeladas.

Negocie faturas de cartões

O bancos ainda não se posicionaram a respeito de faturas de cartão de crédito, nem as lojas de departamento, então, é preciso tentar negociar com essas empresas e instituições financeiras, pedindo desconto ou algum tipo de congelamento.

Caso não tenha sucesso nas negociações, terá que fazer nos métodos tradicionais, o que podem acarretar problemas financeiros, mas, infelizmente não há como fugir. Se for escolher entre pagar o mínimo e não pagar nada, é melhor pagar o mínimo. Só que a dica, na verdade, é cancelar os cartões de crédito e parcelar as faturas que ficaram para trás, para que não gerem mais taxas e juros para você.

Peça descontos

É a hora de perder a vergonha e pedir redução de valores, principalmente em contratos de aluguéis ou despesas com cursos e academias, por exemplo. Explique que a situação se complicou mas que ainda precisa dos serviços, então tente negociar uma redução com tempo definido entre as partes. Assim, conseguirá manter a vida financeira normalmente sem muitos prejuízos.

Cancele algumas despesas

É hora de colocar tudo na ponta do lápis e elencar as prioridades com o orçamento menor. Observe o que pode ser retirado, lembre-se que será só por um tempo se tudo der certo e a pandemia dar trégua. Cancele cartões que não usa, academia que não vai, compras de produtos desnecessários e tudo que puder. Isso vai te ajudar a longo prazo.

Pechinche tudo

Consumo ainda vai existir, não tem jeito. Só que tudo pode ser pechinchado e muitas locais já dão descontos para não ter perdas grandes no caixa da empresa. Digamos que será necessário comprar roupas ou calçados, então, tente reduzir o valor ao máximo nessa época, principalmente porque você terá menos dinheiro e o vendedor terá queda nas vendas.

Exclusão de impostos

Trabalhadores e empresas podem pedir o adiamento de impostos durante a pandemia do novo coronavírus. Essa reportagem mostra com detalhes os impostos que deixarão de ser cobrados por três meses. Pesquise quais impostos você paga mensalmente e quais podem ser retirados por 90 dias para sobrar mais dinheiro e manter a família.

Plus: gere renda extra

É hora de tirar o tempo livre oferecido por reduções de cargas horárias ou isolamento social para estudar muito. Neste estudo, descubra maneiras de gerar renda extra, seja pela internet ou oferecendo produtos. Se tiver talento na cozinha, faça bolos, pudins ou doces e entregue na casa das pessoas, respeitando, claro as medidas sanitarias de higienização definidas pela OMS.

Consiga um novo emprego

A redução de salários traz consigo a redução de horário, se não é contra a lei. Caso isso tenha acontecido, tenta conseguir algum emprego home-office que irá te trazer renda. Sabemos que a época também é difícil para contratações, mas em plataformas da internet é possível encontrar trabalhos freelancers, como assistente virtual e redatores.

O que mais posso adiar?

É hora de analisar todos os nossos gastos e pesquisar tudo o que pode ser reduzido, seja contas básicas ou gastos que surgem. Atualmente, em tempos de pandemia, quase tudo pode ser adiado. Basta perseverar e buscar informações sempre.

Mônica

Formada em Jornalismo pela UNIGRAN (Dourados), experiente em conteúdos de finanças.