Commodities “salvam” a economia do país em 2021
A combinação da alta dos preços de commodities, a taxa de câmbio baixa e a expansão do comércio mundial vai dar uma sustentação mínima à atividade econômica no Brasil neste ano.
Assim, acontece um contrabalanceamento de uma parte dos efeitos negativos que a pandemia trouxe, além das incertezas políticas e fiscais.
Portanto, é possível ver um aumento das exportações líquidas, que ajudam na recuperação econômica do Brasil, deixando-a um pouco mais forte.
A partir disso, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, passou em 2021 de 3,2% para 4%.
Commodities podem permanecerem fortes por mais de um ano
Atualmente, se espera que o setor agronômico permanece forte por 12 ou 18 meses, mas não por vários anos.
Diante disso, o contexto global aponta para uma valorização significativa do real.
Além disso, a queda menos intensa da economia durante a segunda onda e a reabertura mais rápida também tem ajudado a aumentar as projeções para a economia.
Desta forma, ninguém está sugerindo um crescimento exuberante, já que esses números altos, estão inflados por fatores estatísticos, tecnicamente conhecidos como carregamento.
Brasil deve crescer mais lentamente que o restante do mundo
Mesmo com a commodities em alta, o Brasil deve acabar se expandindo mais devagar que o restante do mundo, já que o crescimento do Fundo Monetário Internacional – FMI, estima em 6%.
Ainda assim, o modelo externo de atuação de outros países, está ajudando o país.
Além disso, o cenário para o balanço de pagamentos também está se tornando mais positivo.
O fluxo de moeda estrangeira para o Brasil também começou a se recuperar, favorecendo desta forma, pela primeira vez, uma tendência de queda da cotação do dólar ante o real.
Entretanto, o câmbio mais forte não resolve todas as pressões inflacionárias.
Isso acontece porque parte delas estão causadas pela alta da própria commodities, mas, ajuda ao invés de atrapalhar, em um momento em que o Banco Central sobe os juros.
Outro ponto importante para mencionar é que os bons preços dos produtos básicos podem ajudar ainda a recuperar pelo menos parte dos investimentos no setor.
Isso é importante, pois, o setor ficou abaixo nos últimos anos e restringiram a capacidade de oferta desses produtos.
Além disso, o aumento do preço no setor também aumenta a renda em algumas regiões do país, como a fronteira agrícola.
A partir disso, se cria um efeito importante de riqueza com a alta de ações na bolsa.
Analistas acreditam que a commodities é temporária
Salvo alguns analistas, o atual ciclo das commodities é considera pela maior parte dos analistas econômicos temporários.
Neste caso, essa situação pode se desfazer em um ano ou até dois, quando acontecer a recuperação cíclica em dois países:
- China;
- Estados Unidos.
No caso dos Estados Unidos inclui aqui também quando o Federal Reserve começar a retirar os estímulos monetários.
Além disso, os analistas acreditam que tudo pode vir abaixo, passando por um período mais perigoso.
O perigo aqui mencionado está ligado a inflação e com possíveis receios de que o Fed esteja tomando muitos riscos.
Estados Unidos deve influenciar a alta do setor agronômico
Desde o início do ano, o índice CRB, apresentou uma alta de 24%, dos quais perto da metade ocorreu no mês de abriu para cá.
Além disso, o minério de ferro subiu 44%, e o preço da soja quase dobrou em um ano.
Os pacotes que foram recebidos com o estímulo fiscal, de infraestrutura e da área social do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, estão por trás também da alta dos preços, assim como a expansão monetária patrocinada pelo Fed.
A partir disso, essa política leva a perda de valor do dólar, que tradicionalmente ocorrem em paralelo com a alta das cotações de commodities.
Assim, é incentivado a busca dos investidores por ativos de risco.
Esse é um tipo de cenário que os economistas denominam de “reflação”, ou seja, uma convergência dos níveis de inflação muito baixa nos últimos anos nos Estados Unidos, para os percentuais mais desejados, na casa dos 2%.
Não podemos esquecer que a tese da reflação ganhou mais força no começo do ano, com a posse de Biden.
O medo que os estímulos passassem do ponto, provocou uma alta real de juros de títulos americanos.
Assim, o dólar ganhou mais força, ao invés de se desvalorizar.
Além disso, o Fed reforçou no decorrer dos dias que não pretende reagir antes de ver a inflação real e o emprego aos níveis que deseja.