Confiança do consumidor sobe em fevereiro e inflação termina em alta
Um índice entregue pela Fundação Getulio Vargas (FGV) mediu a confiança do consumidor e confirmou que ele subiu 2,2 pontos em fevereiro, depois e quatro meses de queda, anunciou a instituição nesta quarta-feira, 24.
O que fez a confiança do consumidor subir?
Segundo a coordenadora de sondagens, Viviane Seda Bitterncourt, com o início da campanha de imunização da população contra a Covid-19 andando no país e a possibilidade de existir novamente o auxílio emergencial, o desanimo do consumidor em fevereiro diminuiu.
Viviane destaca, entretanto, que o nível de confiança do consumidor ainda continua baixo e que a tendência de alta só irá ser mantida se a velocidade da vacinação acontecer, além da necessidade da recuperação do mercado de trabalho.
Para ela, essa recuperação no mercado de trabalho é algo bem difícil de acontecer no primeiro semestre.
Inflação do país fica em 0,48% em fevereiro
Conforme emitiu o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15, uma prévia da inflação oficial no país, ficou em 0,48% em fevereiro, conforme foi divulgado hoje na quarta-feira (24).
Esse é o maior resultado da inflação do país para um mês de fevereiro desde 2017, quando o índice chegou em 0,54%.
Esse indicador desacelerou se comparado com o mês de janeiro, quando o mês ficou em 0,78%, o maior número para o mês de janeiro dentro de cinco anos.
Já analisando o acumulo em 12 meses, o IPCA-15 acumula uma alta de 4,57%, acima dos 4,30% que foram registrados nos 12 meses anteriores ao mais recente.
De acordo com o que o IBGE disponibilizou, os combustíveis foram os itens que mais impulsionaram a inflação em fevereiro para cima, principalmente a gasolina.
O impacto do combustível sobre o indicador foi de 0,17 ponto percentual.
No mês de fevereiro os combustíveis acumularam alta de 3,34%, enquanto a gasolina, sozinha subiu 3,52%, foi a oitava alta seguida do preço.
Além disso, outros combustíveis também subirem, como:
- Óleo diesel (2,89%);
- Etanol (2,36%);
- Gás veicular (0,61%).
Com essa alta no combustível, o grupo que envolve os transportes também acabou tendo uma alta de 1,11%, muito acima do que ficou o mês de janeiro, que aumentou para esse grupo cerca de 0,14%.
Mesmo que esse tenha sido o grupo que recebeu o maior impacto no IPCA-15 de fevereiro, a maior alta na verdade chegou na educação, que ficou com 2,39%.
Portanto, esse foi o segundo maior impacto no resultado desse mês, com 0,15 ponto percentual.
Por que a educação subiu tanto?
Segundo o IBGE o desempenho do grupo de educação reflete os reajustes que o setor passou no início do ano letivo.
O que aconteceu foi que as instituições fizeram a retirada de descontos que foram praticados ao longo de 2020.
Em razão do contexto da pandemia de COVID-19, retiraram esses benefícios.
Quais são as perspectivas e a meta da inflação envolvendo a confiança do consumidor
Sabemos que a meta central do governo para a inflação em 2021 é cerca de 3,75% e o intervalo que será incluído dentro da tolerância seria de 2,25% a 5,52%.
Para poder alcançar esse resultado, o Banco Central irá elevar ou reduzir a taxa básica de juros da economia (Selic), que está atualmente em 2% no ano.
Já os analistas das instituições financeiras projetam uma inflação que pode chegar até 3,82% no ano, acima da meta que o governo prevê.
Em 2020, a inflação fechou em 4,52%, acima do centro da meta do que o governo previa, que era de 4%.
Esses dados mostram que 2020 teve a maior inflação desde 2016.