Coronavírus: como pagar a fatura do meu cartão de crédito?
Está tendo dificuldades para pagar a fatura do seu cartão durante a pandemia do novo coronavírus? Saiba que você não está sozinho.
Para se ter uma ideia, mesmo antes da covid-19, o Brasil já possuía mais de 63 milhões de inadimplentes e, em um cenário de crise em que muitos perderam o emprego ou estão sem trabalhar, a situação deve ficar ainda pior.
Mas então o que fazer diante deste cenário? Será que adiar o pagamento ou pagar o valor mínimo da fatura é a melhor solução? Continue lendo o artigo para saber.
Coronavírus: posso adiar o pagamento da minha fatura?
Apesar de o governo ter feito uma série de medidas para tentar ajudar os brasileiros que tiveram a renda comprometida durante a pandemia, não houve nenhuma determinação de que os bancos e administradoras de cartões devem adiar o pagamento das faturas dos clientes.
As dívidas de empréstimos e financiamentos, por exemplo, poderão ser prorrogadas por 60 dias, mas essa medida não se aplica aos cartões de crédito.
Para saber de forma detalhada quais pagamentos podem ser adiados durante o período de quarentena, veja este nosso outro artigo.
Então, não dá para simplesmente ignorar a fatura e deixar para pagar quando tudo passar. Isso pode complicar ainda mais a sua situação, já que, como sabemos, os juros dos cartões de crédito são altíssimos!
Posso negociar o adiamento da fatura com o banco?
Sim, essa seria uma boa opção, principalmente se você tinha o costume de pagar suas faturas em dia.
Você pode entrar em contato com o banco responsável e explicar a sua situação. Hoje em dia, muitos bancos dão a possibilidade de solicitar uma renegociação de dívida pelo próprio site da instituição, evitando que você tenha que ir a uma agência física.
Diante de um cenário de pandemia e crise econômica mundial, há boas chances de que o banco entenda a sua situação e dê alguma condição facilitada (como juros menores e mais prazos) para que você pague as faturas do cartão de crédito.
Aliás, alguns bancos já estão fazendo isso para todos os clientes:
Banco Inter:
O Banco Inter anunciou que os clientes que tenham cartão de crédito com até 4 mil reais de limite e estejam com as faturas em dia até o mês de março de 2020, terão até 60 dias para pagar as próximas faturas (enquanto durar a pandemia), sem cobrança de juros ou taxas.
Para ver a informação completa no site do banco, acesse este link.
Nubank:
O banco do famoso cartão roxo foi outro que anunciou medidas para ajudar clientes que estavam com as faturas em dia antes da situação trazida pelo novo coronavírus.
A empresa passou a permitir um parcelamento das faturas em até 12x e diminuiu os juros das parcelas do cartão de crédito, que eram de 10,4% ao mês, para 1,9% ao mês.
Vale lembrar, porém, que o benefício só é válido para quem pagou em dia as faturas até o mês de março de 2020.
Clique aqui para entender melhor.
Pagar o valor mínimo da fatura vale a pena?
Definitivamente, não. Só faça em último caso. Isso porque, quando você paga o valor mínimo da fatura, você entrará no crédito rotativo do cartão. No próximo mês, além do valor da fatura, ainda terá que pagar o que ficou devendo do mês anterior mais uma taxa de juros extremamente cara.
Para se ter uma ideia, a taxa média de juros do rotativo em 2019 chegou a mais de 300% ao ano, de acordo com o Banco Central. São os juros mais caros do mercado!
Isso acaba fazendo com que a pessoa não consiga pagar o que deve nos próximos meses e a dívida vira uma verdadeira bola de neve.
E se eu parcelar a fatura?
Apesar de também não ser a opção ideal, os juros do parcelamento da fatura, embora ainda altos, costumam ser mais baixos que os do rotativo.
Se realmente precisar parcelar, tente dar o maior valor de entrada possível. Assim, você só precisará parcelar um valor menor, pagando menos juros.
Também opte pelo menor número de parcelas, afinal, quanto mais prestações, mais juros, e, quanto mais juros, mais cara fica a dívida.
Lembrando que, hoje em dia, o consumidor só poderá ficar no crédito rotativo por um mês. Depois desse prazo, caso ele ainda não tenha quitado a dívida, precisará optar pelo parcelamento.
O que eu posso fazer então?
Bem, em primeiro lugar, é importante saber quais dívidas você poderá adiar durante a pandemia, para eleger aquela que será prioridade. Neste outro artigo, você fica sabendo quais são elas.
Depois, entre em contato com o banco responsável pelo seu cartão, explique a sua situação e tente renegociar a dívida.
Além disso, sabendo que os juros do cartão de crédito são normalmente maiores do que muitos tipos de empréstimo, é possível “trocar a dívida” para pagar menos juros, ou seja, você pega um empréstimo que tenha juros menores do que os do seu cartão, paga o que deve para a administradora e depois quita as parcelas do empréstimo.
Se você é trabalhador formal, uma boa opção é o crédito consignado, pois é normalmente a modalidade com os menores juros.
Porém, se ficou desempregado, você deve informar à administradora para que ela veja uma solução para o seu caso. Também é possível solicitar o auxílio emergencial do governo e tentar usar uma parte para pagar as dívidas.