Crédito rotativo e parcelamento da fatura: conheça os maiores inimigos do endividado

Apesar de muito útil nos dias de hoje, o cartão de crédito pode ser um terrível inimigo para quem não souber usá-lo da maneira correta. E, dentre os principais fatores que fazem as pessoas se endividarem, estão o crédito rotativo e o parcelamento das faturas.

Atualmente são mais de 63 milhões de inadimplentes no Brasil e os cartões de crédito são o principal motivo das dívidas.

Isso porque os juros do cartão de crédito costumam ser os mais altos do mercado e, de acordo com uma pesquisa feita pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), 77% das famílias endividadas possuem dívidas com a administradora do cartão.

Então, você quer saber exatamente como funciona o crédito rotativo e o parcelamento das faturas para evitar criar novas dívidas? Continue lendo o artigo, pois vamos explicar direitinho para você.

Crédito rotativo

crédito rotativo
Entenda como funciona o Crédito Rotativo e o parcelamento do cartão de crédito

O que é o Crédito Rotativo?

É um tipo de crédito emergencial ativado quando o cliente não consegue pagar o valor inteiro da fatura do mês. Tem muita gente que acha que ele só acontece quando é feito o pagamento mínimo da fatura, mas não é verdade.

Quando a pessoa paga qualquer valor abaixo do total da fatura, ela automaticamente já cai no crédito rotativo do cartão. Dessa forma, é como se a administradora lhe emprestasse a quantia que ficou faltando para quitar a dívida.

Porém, no próximo mês, além de ter que pagar a fatura, ainda precisará pagar esse valor que pegou emprestado, acrescido de enormes juros.

Para se ter uma ideia, os juros do crédito rotativo estão entre os maiores do mercado. De acordo com o Banco Central, em 2019, eles ultrapassaram os incríveis 300% de juros ao ano.

Uma pesquisa feita pelo portal “Meu Bolso Feliz” em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) revelou que 57% dos usuários de cartões de crédito usam ou já usaram o crédito rotativo. E, dentre eles, 77% dizem não ter conhecimento dos juros cobrados nesse tipo de operação.

Isso explica por que há tanta gente endividada no Brasil e mostra a importância de saber como funciona o crédito rotativo e o parcelamento da fatura.

Como funciona este tipo de crédito?

Digamos que o total da sua fatura no mês tenha sido de R$ 1000,00. Porém, você pagou o mínimo dela, que hipoteticamente seria de 15% desse valor, ou seja, R$ 150,00. Sendo assim, os R$ 850,00 que ficaram faltando entrarão automaticamente no crédito rotativo.

No próximo mês, o valor da fatura veio R$ 1500,00. Porém, além desse valor, você ainda terá que pagar aqueles R$ 850,00 que ficou devendo da fatura anterior.

Mas, não é só isso. Lembra que ele estava no crédito rotativo e os juros são enormes? Pois é. Vamos supor que os juros mensais do crédito rotativo do seu cartão sejam de 10%. Você precisará pagar então os R$ 1500,00 da fatura do mês, mais R$ 935,00 (R$ 850 + 10%) do crédito rotativo.

Ah, isso sem contar os valores de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e eventuais multas por atraso do pagamento que sua administradora pode cobrar.

Resumindo: tome muito cuidado ao atrasar ou fazer o pagamento mínimo da sua fatura!

Quais são as regras do crédito rotativo?

Desde 2017, surgiram novas regras para o uso do crédito rotativo. Agora, a pessoa só poderá ficar no rotativo por até 30 dias, ou seja, um mês.

Passado esse prazo, você não poderá fazer o pagamento mínimo da fatura de novo e continuar no rotativo. Deverá fazer o pagamento da dívida e a administradora deverá lhe oferecer um parcelamento do valor, com taxas de juros (que devem ser obrigatoriamente menores que as do crédito rotativo) e número de parcelas definidas.

A ideia da mudança foi justamente evitar que as dívidas do crédito rotativo virassem uma bola de neve para os consumidores.

Parcelamento da fatura

Uma outra opção para quem não tem dinheiro para pagar o total da fatura é parcelar o valor devido com a administradora do cartão.

Mas, vá com calma. Não é porque dissemos que os juros do parcelamento são menores que os do crédito rotativo que significa que vale a pena parcelar. Na verdade, os juros do parcelamento também são bem altos, girando em torno dos 8% ao mês.

Por isso, é sempre muito importante olhar as taxas de juros do cartão de crédito antes de solicitá-lo.

É comum que algumas administradoras mostrem como vantagem do cartão a possibilidade de parcelamentos em até 48 vezes, por exemplo. Porém, lembre-se: quanto maior o número de parcelas, mais juros você irá pagar e mais cara ficará a dívida.

Se você realmente precisar parcelar a sua fatura, a dica é dar o maior valor de entrada e dividir no menor número de parcelas possível.

Estou sem dinheiro para pagar a fatura, o que fazer?

Bem, agora que você já entendeu como funcionam o crédito rotativo e o parcelamento da fatura, deve ter percebido o quanto os juros do cartão de crédito são pesados. Por isso, essas modalidades só devem ser usadas realmente em último caso.

O ideal mesmo é sempre ter um bom planejamento financeiro e nunca gastar mais do que você pode pagar naquele mês. Assim, você conseguirá pagar a sua fatura em dia e com o valor integral, e evitará ficar com o nome negativado.

Uma outra alternativa para quem acabou se perdendo nos cálculos e exagerando nas compras é tentar renegociar as dívidas com a administradora do cartão. Neste momento de pandemia do novo coronavírus, por exemplo, muitos ficaram desempregados ou tiveram parte da renda comprometida e precisaram negociar o pagamento das faturas.

Também há a opção de pegar empréstimos que tenham juros menores do que os cobrados pelo seu cartão de crédito. Assim, você “troca a dívida” por uma mais barata. Se você trabalha com carteira assinada, por exemplo, uma boa opção são os empréstimos consignados, que costumam ter juros baixos.

E, claro, depois que se livrar do que deve e limpar o seu nome, procure usar o cartão com responsabilidade e nunca mais extrapolar o seu limite de gastos.

Matheus Rabello

Graduado em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Espírito Santo e atualmente cursando a segunda graduação, em Administração, também na UFES. Atua como redator publicitário e criador de conteúdo freelancer, com foco em SEO.