Dólar começa a flertar com R$ 6 com desequilíbrio nas contas públicas
A cerca de um ano atrás, Paulo Guedes disse que o dólar só atingiria R$ 5, se sua equipe fizesse “muita besteira”.
Bom, a moeda não somente chegou aos 5, como agora beira aos R$ 6, além de sofrer muito para voltar à casa dos R$ 4.
Dólar está prestes a completar um ano acima dos R$ 5
Estacionado acima dos R$ 5 desde o dia 16 de março de 2020, o dólar parece ter se acomodado em um patamar inimaginável pela equipe econômica, comandada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
Mas, agora, não somente passou do que não era esperado, como ele pode chegar ao nível de R$ 6.
As palavras do ministro da Economia foi a seguinte: “É um câmbio que flutua (dólar). Se fizer muita besteira, pode ir para esse nível (de R$ 5). Se fizer muita coisa certa, ele pode descer”, disse ele em conversa com jornalistas no evento na Fiesp.
Quando falou isso, o Brasil estava enfrentando os seus primeiros efeitos econômicos da pandemia.
Além disso, Guedes concluiu que a moeda só poderia subir se acontecesse uma renúncia do presidente Jair Bolsonaro, por exemplo.
O que pode estar levando o dólar a subir tanto?
A avaliação feita por economistas é que com a combinação entre a pandemia, problemas fiscais e outras coisas importantes como o atraso no processo da vacinação no país, brigas do presidente Bolsonaro com o Congresso e a interferência na Petrobras afastam os investidores, o que resultaram na alta significativa do dólar.
Assim, os investidores passaram a se sentir inseguro em aplicar recursos no Brasil em razão de uma divida que chega a R$ 800 bilhões.
Portanto, o medo maior é que o governo brasileiro não tenha condições de honrar com os famosos rombos.
Já para alguns especialistas, o aumento do dólar está diretamente ligado as contas públicas e ao baixo nível dos juros.
Assim, com esses fatores e os efeitos prolongados da pandemia, a política econômica piora cada dia mais.
Além disso, com os juros no menor patamar da história, o dinheiro de investimentos externos se torna mais difícil, o que leva a cotação do dólar para cima.
Portanto, se não tem investidores estrangeiros aqui, o Brasil recebe menos dólar e assim, os preços da moeda americana se torna alto.
Por fim, os especialistas acreditam que o aumento nos últimos dias do dólar está sobre a indecisão do governo, de onde ele vai retirar os recursos para poder pagar a nova rodada do auxílio emergencial.
Quando foi que o dólar deixou de estar acima dos R$ 5
O dólar só fechou abaixo do valor de R$ 5 em quatro oportunidades e aconteceu entre os dias 5 e 10 de junho de 2020.
Nesse período, o dólar também tinha batido alguns recordes e ficou apenas 1,67% dos R$ 6.
Atualmente, cada dólar equivale a R$ 5,71 conforma a cotação da manhã dessa segunda-feira, 08.
Guedes compara o Brasil a Argentina e a Venezuela
Na semana passado, Paulo Guedes falou sobre as possíveis ameaças de o Brasil vir a se tornar uma Argentina dentro de um prazo de seis meses ou mesmo uma Venezuela, em um prazo de um ano e meio.
Assim, a condição para essas situações seria continuar com as políticas públicas que estiveram presente no governo anterior.
As públicas aqui ditas, são aquelas que beneficiavam empresas grandes com empréstimos de banco púbico aliada ao descontrole dos gastos públicos, além das taxas básicas de juros.
Ele também disse que, se o país quer virar uma Alemanha ou Estados Unidos, será necessário caminhar 10 ou 15 anos contrário ao antigo governo.
O que devemos esperar da moeda norte-americana
Segundo alguns especialistas, olhando para os próximos meses, existe uma previsão do dólar começar a baixar, com uma alta da taxa Selic que deve subir neste mês de março, fazendo o dólar recuar para um valor próximo a R$ 5.
O real é uma das moedas que mais foram desvalorizadas no mundo, cerca de 22% no ultimo ano, a partir disso, acredito que o Banco Central vai aumentar a taxa Selic em 0,5.
Através desse aumento, o dólar vai voltar para os R$ 5,20 ou pode chegar até R$ 5,10.
Uma sinalização no andamentos das possíveis reformas administrativas já seria capaz de mudar bem a trajetória da moeda americana, dizem economistas.