Empresas: como sobreviver a pandemia?
Muitos pequenos e médios empresários foram obrigados a fechar as portas
Não é fácil ser empresário em nosso país, muitos pequenos e médios empreendedores se apertam para poder fechar as contas do mês e com certeza, grande parte deles não estava preparado para uma crise econômica tão brusca, sendo comparada até com a crise mundial de 1929.
Infelizmente, a alternativa para alguns é o fechamento ou a redução brusca de atividades, quadro de funcionários e produção geral. Quando a empresa fecha, é hora de lidar com os problemas da falência. Para quem não desiste e apenas reduz, é só o começo de uma dura jornada.
Só que para chegar a uma dessas conclusões, você precisa estar mergulhado nas contas da sua empresa. Saber o fluxo de caixa, entender do capital de giro e ter tudo na ponta do lápis é fundamental em momentos como esse, para que as decisões sejam tomadas com sabedoria e rapidez.
Se isso não foi possível e faltou planejamento financeiro, é hora de ligar o alerta. Não é culpa de ninguém, claro, que uma pandemia mundial quebrou a economia, mas, é possível juntar os cacos e recomeçar através de ações financeiras simples.
Neste artigo vamos trazer dicas para que você salve sua empresa sem ter que fechá-la. Isso vai depender de muitos fatores, por isso é preciso observar o perfil financeiro da empresa e o seu para entender se as dicas cabem na realidade.
Para grandes empresas
Normalmente, empresas de grande porte possuem experiência e um caixa para aguentar crises financeiras. Um bom capital de giro precisa existir, para assim, não gerar prejuízos para os clientes e funcionários. Vamos as dicas para grandes empresários não sofrerem tanto com a crise econômica.
Acompanhe as medidas do Governo Federal
Uma das medidas mais importantes, é a possibilidade de redução em até 70% do salário dos funcionários, mas, sem reduzir de verdade. O governo federal assumirá essa porcentagem, para evitar que os dois lados percam, mas, funcionará como um empréstimo para a empresa. Isso cancela as demissões e não prejudica ninguém.
Capital de giro
Chegou a hora de mexer no capital de giro. É importante que ele tenha sido mantido e abastecido para que isso aconteça. O capital de giro existe justamente para socorrer a empresa em momentos difíceis, como pagamentos emergências, tragédias materiais, e claro, crises econômicas.
Ainda sim, use com cautela esse dinheiro e entenda que é ele existirá apenas por um prazo, já que o faturamento possa ter caído. Utilize para cobrir onde pode faltar e já calcule maneiras de colocar aquele dinheiro de volta, assim que a crise passar, ou pegando empréstimos.
Inove nas vendas
Dependendo do seu segmento, é a hora de zerar o estoque. Claro que produtos não essenciais possam não ser vendidos, mas pense em estratégias para que eles estejam numa condição tão boa que muitos queiram comprar de você. Dê descontos, faça ações importantes e promoções inovadoras. Um exemplo, é associar sua marca a causas sociais e ajudar quem precisa.
Para pequenas e médias empresas
Normalmente, é o tipo de empresa que pode estar sofrendo mais com a queda brusca no faturamento. Isso porque essas empresas já mantêm um orçamento e um faturamento curto e grande parte vai para as contas básicas.Quando o lucro chega, há novos investimentos e claro, a sobrevivência das famílias que dependem do comércio. Vamos as dicas para esses casos.
Empréstimo
O Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o BNDES criaram linhas de créditos especiais para ajudar pequenos e médios empresários. O BNDES, por exemplo, disponibilizou 40 bilhões de reais para ajudar na folha de pagamento dos funcionários dessas empresas.
Não é um empréstimo, mas é válido citar o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), que disponibilizou 706 milhões para o programa de fomento a micro, pequena e grande empresa. O dinheiro pode ajudar a levantar a produção e acabar com as contas atrasadas que possam ter surgido.
Negocie tudo o que puder
O momento é difícil para todos, então é hora de todos os lados se ajudarem. Pior do que receber pouco é não receber nada. Explique para fornecedores, que sabem a dificuldade do momento e negocie tudo o que tiver, sejam contas antigas ou as que devem chegar logo. Tente pagar metade, ou oferecer serviços para quitar e continuar com os produtos.
Associe a marca a causas
É hora de posicionar a marca. Sempre que puder, faça doações, esteja envolvido com sua empresa diretamente ao momento da pandemia do novo coronavírus. Por exemplo, se você tem uma empresa que produz uniforme e outros produtos, as máquinas devem estar paradas, não é? Por que não usar a matéria prima que está ali para produzir máscaras com sua marca? Pode ser o início de uma nova era para sua marca e depois que tudo passar, novos clientes podem aparecer.
Outras estratégias
Ainda que os portes de empresas sejam diferentes, há problemas comuns em todas as pessoas jurídicas, como, claro, a dificuldade de pagar as contas e funcionários. Por isso, é hora de ser ousado em algumas decisões.
Faça cortes
Infelizmente, para se manter aberto, cortes serão feitos. Seja nos salários, nas despesas mensais ou em serviços que não são necessários. É hora de explanar a situação para toda a empresa e tirar tudo o que não precisa ser pago. Lembrando que é importante cortar em locais estratégicos, para não perder a qualidade do produto.
Motive a equipe
Estamos em um momento extremamente difícil emocionalmente, mas como gestor ou proprietário é o seu deve manter todos no mesmo ritmo, ainda que as circunstâncias sejam extremamente desafiadoras. Acalme a equipe e tenha a consciência que tudo isso vai passar, para que ninguém dê menos do que dava antes no trabalho diário.
Respire
Se fechar for a única solução, é hora de reavaliar tudo e entender que a pandemia foi só o estopim para a sua empresa, ou seja, algo não estava bom antes. Observe o que deixou de ser feito e tire lições desse momento.