Empréstimo do Auxílio Brasil: Caixa libera novamente

Após muita polêmica, beneficiários poderão pegar os valores novamente

A partir desta semana, o empréstimo consignado do Auxílio Brasil está liberado para os beneficiários. Após alguns dias de suspensão, os usuários interessados poderão tentar uma grana extra para este fim de ano, desde que arque com as parcelas, mesmo que o auxílio seja encerrado no próximo ano ou o usuário não tenha mais direito.

A contratação foi suspensa pouco tempo depois da liberação, no dia 1 de novembro. A suspensão aconteceu porque o Tribunal de Contas da União pediu informações a Caixa, já que em 25 de outubro o banco informou um empréstimo que ultrapassava R$ 4 bilhões de reais em pouco tempo.

Até que a Caixa informasse como emprestou tanto em pouco tempo, os novos contratos foram congelados por 24h. Antes desse prazo, outra suspensão por manutenção nos sistemas do banco e da Dataprev, empresa de tecnologia. Após esses entraves, agora, a Caixa e outras 13 instituições podem fornecer os valores.

Com essa introdução quanto aos motivos, você saberá agora quais os próximos passos do empréstimo, como ele pode ajudar, os riscos e benefícios. Fique atento e saiba tudo sobre o consignado do Auxílio Brasil!

Consignado do Auxílio Brasil: como funciona?

Primeiramente, é preciso destacar que o empréstimo é somente para beneficiários do auxílio e funciona na modalidade consignado, ou seja, não há como fugir da cobrança de parcelas, já que elas funcionam como uma espécie de débito automático. Portanto, ao assinar o contrato, o valor já cai com o desconto relacionado ao empréstimo.

Quem utilizar do empréstimo terá até 40% do valor total descontado todos os meses, e a Caixa não divulgou o valor máximo de empréstimo. Então, os usuários podem aceitar contratos de descontos que não ultrapassem R$ 240,00. Cada instituição não pode cobrar uma taxa de juros acima de 3,5% e os contratos devem ser muito claros.

 

Regras importantes

Se por mudanças na renda da família ou bloqueio de benefício o usuário ficar sem o dinheiro, o contrato de empréstimo não é interrompido, portanto, ele deve continuar fazendo depósitos na mesma conta para quitar os valores, se não, pode ter seu CPF inscrito em programas de proteção de crédito, como o Serasa.

Outro detalhe que chama a atenção é quanto aos contratos serem muitos claros. Muitos usuários buscaram o Ministério da Cidadania para constar que não entenderam algumas regras, ou até mesmo estavam pagando parcelas antes do prazo. Então, veja o que é obrigatório constar no contrato de empréstimo:

 

  • Valor completo contratado, com os juros e sem
  • Taxa correta mensal e anual dos juros
  • Prazo de parcelas, quantidade e valores
  • Soma total a ser paga até o fim do empréstimo
  • Inicio e fim dos descontos
  • Valor total do benefício que resta depois da contratação.

 

Condições gerais

Para entender exatamente quanto pode ser comprometido do seu auxílio, baixe o aplicativo Caixa Tem e faça simulações até ter certeza do prazo, valor das parcelas e como o empréstimo será pago. A taxa de juros máxima é de 3,45%, com prazo de pagamento de 24 meses.

Há também uma parcela mínima definida, ou seja, quando o contrato for firmado a parcela deve ser no mínimo R$ 15,00 por mês. Ao firmar o empréstimo, o valor total cai na mesma conta em que o benefício é pago mensalmente.

Somente pessoas devidamente inscritas no auxílio, com Cadastro Único atualizado e que participaram das convocações do Ministério da Cidadania podem fazer a solicitação, que agora, está liberada.

 

Como solicitar meu empréstimo?

Você pode buscar de forma presencial as agências da Caixa ou dos outros bancos inscritos, mas recomendamos que busque pelo maior banco. Se preferir fazer tudo pela internet, é só baixar o aplicativo Caixa Tem e procurar pela opção empréstimo consignado, onde há a possibilidade de criar simulações e analisar as parcelas antes de efetivar o pedido. Unidades lotéricas e correspondentes Caixa também estão autorizados a ofertar o empréstimo consignado. Se você se sente mais seguro(a) na solicitação presencial, recomendamos a leitura atenta do contrato.

 

Quando as parcelas começam a ser debitadas?

Segundo a Caixa, o desconto começa no mês posterior ao envio das informações pelos bancos que concederam o empréstimo, ou seja, a primeira parcela é debitada no primeiro benefício recebido após a contratação do empréstimo. Se você não contratou e está recebendo valores menores, é melhor ligar um alerta.

 

Problemas recentes

Assim que o empréstimo foi disponibilizado, muitos usuários reclamaram a Caixa descontos não permitidos, ou seja, pessoas que não pediram pelo empréstimo, mas tiveram parte do auxílio retido. Nesse caso, é preciso buscar pelo ressarcimento quanto antes, afinal, não é possível afirmar como ficam os valores em 2023.

Para melhorar esse processo, a Caixa começou a enviar mensagens para os beneficiários que pediram pelo empréstimo para esclarecer informações do contrato, como número de parcelas, prazos de desconto e outros detalhes. Portanto, se o banco ainda não entrou em contato com você, é hora de buscar.

 

Como fica o Auxílio Brasil em 2023?

Tudo indica que o benefício deve ser mantido, o que pode ser atualizado são os valores e até mesmo o nome, com a hipótese de ser retomado o nome Bolsa Família. Segundo informações da equipe de transição do presidente eleito, não estava previsto em orçamento que os beneficiários continuem com os R$ 600,00, portanto, algumas manobras terão que ser feitas para que os pagamentos continuem.

Ainda que não há certeza de que como ficarão os pagamentos, é muito importante manter em dia as informações junto aos CRAS, os Centros de Referência e Assistência Social. Assim, você será automaticamente direcionado ao possível novo benefício, ou pode ter acesso a outros, como o Auxílio Gás, por exemplo.

Ademais, saiba que enquanto as parcelas do empréstimo durarem, elas devem ser pagas, independente das mudanças de governo. Busque pelo banco contratante se haver problemas com os pagamentos e não deixe de acompanhar pelo aplicativo Caixa Tem as cobranças, para não haver confusões e mais dinheiro seja debitado.

 

Mônica

Formada em Jornalismo pela UNIGRAN (Dourados), experiente em conteúdos de finanças.