Ibovespa mantém investidores otimistas mesmo com crise elétrica
O otimismo com a retomada brasileira e um dia bom da Vale ajudaram a Ibovespa a renovar as máximas históricas no pregão de ontem.
Mesmo diante de uma grande preocupação com o cenário hídrico doméstico, que afetou as ações dentro do setor elétrico e repercutiu no mercado de juros, os investidores estão otimistas.
A Ibovespa, por exemplo, teve força para conseguir ultrapassar os 126 mil pontos e anotar a terceira alta mensal consecutiva neste ano.
Ibovespa fecha na máxima
Após os ajustes, o índice referência da bolsa local subiu 0,52% para os 126,216 pontos na máxima da sessão e da história.
O bom desempenho aconteceu também em um dia de volume significativo financeiro, pouco mais de R$ 20 bilhões, reflexo de um feriado dos Estados Unidos.
Assim, o Ibovespa encerrou maio com valorização de 6,16%.
Além disso, os ganhos do dia foram sustentados pelas ações da Vale (alta de 2,74%) que responderam por pouco mais de 30% da alta total do Ibovespa.
Esse movimento reflete também a recuperação nos preços do minério de ferro na China, o que também acabou impulsionando as siderúrgicas.
Por fim, o destaque ficou Uniminas PNA, que subiu 1,33%.
A parte negativa da Ibovespa
Na ponta negativa, o destaque ficou para o setor elétrico, em meio a preocupações com risco de um racionamento de energia no país.
No ranking de maiores baixas, estavam:
- Equatorial ON (-2,71%);
- Engie Units (-1,59%);
- Copel PNB (-1,39%).
Já o que ficou em alta é o Eneva On, com 4,59%, com a empresa de energia térmica a gás e a carvão tirando proveito de uma eventual adoção de medidas restritivas ao consumo de energia.
Para analistas, investidores não estão preocupados com risco de racionamento
Segundo analistas, um cenário mais grave de crise hídrica afetaria de maneira mais intensa as ações de empresas geradoras de energia, principalmente hidrelétricas.
Além disso, as empresas que têm uma pequena parte de sua receita no negócio de gerar e que atuam na distribuição de energia, tendem a ser afetadas, são elas:
- Copel;
- Energias do Brasil;
- CPFL.
Outro ponto importante, são que os economistas não entendem por que o mercado acionário doméstico segue sem se preocupar com os riscos de um possível racionamento.
A questão é levantada principalmente porque essa situação pode piorar dois setores:
- A inflação que pode subir;
- Afetar a recuperação econômica do país.
No Brasil, inflação está em alta e vai subir
O presidente do Banco Central – BC, Roberto Campos Neto, afirmou que o Brasil está em “uma inflação alta e que vai subir”.
Além disso, ele destacou que a substituição de índices baixos do ano passado por mais altos deste ano, deve fazer com que o indicador continue a trajetória de alta.
Campos lembrou que o preço das commodities medido em reais acabou dando um impacto forte sobre a inflação desde o ano passado.
Agora o Banco Central acredita que alguns dos preços de commodities alimentícias tenham chegado a um platô.
Essa seria uma boa notícia, mesmo que ainda não esteja confirmada.
Entretanto, a inflação de serviços, por sua vez, vai ter um pequeno aumento, mas de maneira geral, muito bem controlada.
Assim, de modo geral, o processo de disseminação da inflação vem sendo acompanhado de perto pelo BC.