Inflação e outras notícias para ficar de olho na semana
Sem muitas surpresas, a saída do impacto de reajustes de combustíveis deu um alivio a inflação em abril.
Entretanto, essa desaceleração deve ser temporária e pressões remanescentes nos bens industriais não devem sair de cena rapidamente, segundo os economistas.
Por essa razão, a alta de 0,31% do IPCA no mês passado, que foi divulgado ontem pelo IBGE não foi bem recebida no front inflacionário, que segue desconfortável para o Banco Central.
Inflação de março estava diretamente ligada ao valor do combustível
Nas passagens mensais, a descompressão do IPCA foi influenciada diretamente pelos combustíveis, que deixaram alta de 11,23% no mês passado e uma deflação de 0,94%.
Justas, a retratação do valor de 0,44% da gasolina e de 4,93% do etanol retiraram 0,07 ponto do indicador no mês, segundo a economista do Itaú Unibanco.
Estados Unidos tem emprego, mas não tem trabalhadores
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden defendeu seu plano econômico desta semana, enquanto os dados do mercado de trabalho americano revelaram dois fatores interessantes:
- Milhões de pessoas continua desempregados depois de perderem o emprego durante a pandemia;
- As empresas reclamam que não conseguem encontrar pessoas para contratar.
A dificuldades das empresas de atrair novos trabalhadores gerou um debate polarizado sobre possíveis causas.
Segundo os republicanos e alguns empresários, os benefícios generosos que os desempregos estão recebendo desestimulam as pessoas de irem buscam emprego.
Assim, para eles, a culpa é principalmente da prorrogação do complemento federal de USS$ 300 por semana ao seguro-desemprego.
Já nos estados que tem um salário mais elevado, o valor combinado dos benefícios pode chegar a US$ 600 por semana, equivalente a US$ 16 por hora.
Esse é mais do que o dobro do salário mínimo federal.
Mesmo com inflação Real deve seguir em alta
A substancial recuperação do real ainda pode ter algum caminho a percorrer até o final do ano.
O movimento, segundo os economistas, continuará a ser sustentado pelas perspectivas de novas elevações da Selic, commodities em alta e risco fiscal controlado.
Para os economistas mais animados, o real pode testar romper o patamar de R$ 5 ao longo dos próximos meses, caso o atual cenário continua como está hoje.
Ontem o dólar fechou em baixa, a 5,22 equilibrando o ambiente externo mais favorável a moedas emergentes com o tom mais brando que o esperado pelo Banco Central.
Ibovespa resistiu a queda de Wall Street
O bom desempenho de Vale e Petrobras ontem conseguiu blindar o Ibovespa contra uma queda forte que aconteceu em Wall Street.
O índice brasileiro ganhou força na reta final do pregão e consolidou a marca de 122 mil pontos, em um movimento que contou ainda com a alta da Eletrobras, em meio a discussões sobre a privatização da companhia.
A partir desses resultados o Ibovespa fechou em alta de 0,87% aos 122.964 pontos, na máxima do dia.
Essa é a maior cotação de fechamento desde 14 de janeiro, quando terminou em 123.481 pontos.
O movimento contrasta com a queda das ações em Nova York que sofre temores sobre pressão inflacionário e seu efeito no estímulo monetário.
Assim, o mercado local, finalmente conseguiu se desvencilhar as perdas no exterior devido a exposição local a commodities.