Renda Cidadã poderá ser o substituto do Bolsa Família

O Renda Cidadã já vem dando muito o que falar desde a sua divulgação, pois ela extinguiria o Bolsa Família e teria algumas mudanças no sistema.

Na semana do dia 15 de outubro, o presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento que falava sobre a possibilidade de utilizar o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e da Valorização dos Profissionais da Educação) e dos precatórios para financiar esse novo programa.

O pronunciamento do presidente fez com que muitas pessoas se manifestassem contrárias a utilização do Fundeb e de precatórios para realizar o pagamento desse programa, então o vice presidente, Hamilton Mourão, disse que voltaram atrás sobre a utilização desses recursos.

Se você deseja saber mais sobre o Renda Cidadã, continue lendo esse texto!

Conheça o Renda Cidadã, novo programa do Governo Federal

Renda cidadã
Conheça o novo programa do governo federal, Renda Cidadã, que irá auxiliar as famílias com mais necessidade.

Esse projeto foi criado pelo presidente, Jair Bolsonaro, voltado para a área social, tendo como objetivo substituir o Bolsa Família e ampliar o número de pessoas atendidas, além de aumentar o valor do benefício e sucedendo o Auxílio Emergencial.

Para a aprovação do Renda Cidadã, o governo precisa convencer o Congresso a aprovar o financiamento dessa proposta que já recebeu diversas críticas de parlamentares e agentes do mercado.

Teto de gastos

No final de setembro, Jair Bolsonaro fez uma reunião com ministros e líderes parlamentares para anunciar como pretende arcar com os custos do programa, sendo este  o ponto mais polêmico que envolve o benefício, pois é necessário encontrar dinheiro no Orçamento sem adicionar gastos.

De acordo com a lei do teto, existe um limite de gastos públicos, sendo eles limitados aos gastos do ano anterior, tendo o valor corrigido pela inflação. Desse modo é possível concluir que não existe a possibilidade de criar uma fonte de receita adicional para bancar o programa, pois é necessário respeitar o teto.

É possível utilizar o Fundeb para financiar o Renda Cidadã?

Como dito anteriormente, o presidente cogitou a hipótese de tirar dinheiro do Fundeb para arcar com os custos desse programa social, a ideia inicial era:

  • Direcionar ao Renda Cidadã até 5% dos recursos novos do Fundeb que foi aprovado pelo Congresso em agosto;
  • Limitar o pagamento de precatórios a 2% das receitas correntes líquidas da União e utilizar o restante para o Renda Cidadã;

Apenas com essas duas fontes de financiamento o Orçamento seria de quase 35 bilhões de reais em 2021, contudo a tentativa de utilizar o Fundeb foi vista como uma manobra do governo para driblar o teto de gastos, tendo em vista que o fundo não entra no teto.

Além disso, o Fundeb é o principal mecanismo de financiamento da educação e no mês de agosto o Congresso aprovou uma emenda que aumenta de maneira progressiva a participação da União no fundo, saindo dos atuais 10% para 23%.

Então, o ministro do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, afirmou que juridicamente é possível uma emenda constitucional mude o teto de gastos, contudo o problema disso acontecer é ir contra o compromisso de uma gestão fiscal responsável.

Uso do dinheiro de precatórios

Outro ponto que sofreu com muitas críticas em relação ao Renda Cidadã foi a utilização do dinheiro destinado a pagamentos de precatórios, estes são dívidas da União reconhecidas após a decisão da Justiça.

A proposta do governo era destinar menos dinheiro para essas dívidas com empresas e cidadãos que estão no aguardo para receber, como por exemplo, aposentados, pensionistas e pessoas desapropriadas.

Através dessa ação, o governo conseguiria cerca de 40 bilhões de reais para o Renda Cidadã, estando dentro do teto de gastos.

No entanto essa proposta foi refutada, pois o mercado financeiro interpretou a proposta como uma tentativa de criar gastos sem cortar despesas, afinal as dívidas dos precatórios acumulariam por conta do dinheiro ser destinado ao renda cidadã.

Ainda para a OAB a proposta é ilegal e injusta, pois ela gera um calote em cima das pessoas que ficaram anos na Justiça para poder receber. De acordo com Miguel Reale Jr, um jurista e um dos autores do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, essa proposta do gover se enquadraria como pedalada fiscal e poderia muito bem levar ao impeachment de Bolsonaro.

Qual poderá ser o valor do benefício?

Atualmente, o Bolsa Família paga em média 190 reais por mês para as famílias que são beneficiadas, sendo um valor bem baixo comparado a crescente inflação em nosso país.

O Renda Cidadã pretende pagar cerca de 300 reais por mês, pois como no Auxílio Emergencial pagou inicialmente parcelas de 600 reais, contudo o governo teve que diminuir para 300 reais para que assim conseguisse prorrogar até o final do ano.

De acordo com relator do Orçamento de 2021, o senador Márcio Bittar (MDB- AC), não existe uma definição de qual será o valor do benefício, contudo existe a expectativa que ele fique entra 200 e 300 reais, pelo menos no primeiro ano.

Renda Cidadã e o Renda Brasil

Basicamente, o Renda Cidadã é o mesmo projeto que o Renda Brasil, que Bolsonaro tinha idealizado para substituir o Bolsa Família. Contudo, no dia 15 de setembro, Bolsonaro disse que não falaria mais sobre o Renda Brasil até o ano de sua possível reeleição (2022) e ainda ameaçou a dar um “cartão vermelho” para aquelas pessoas que insistissem na ideia.

Embora tenha dado essa declaração, o projeto nunca foi completamente abandonado por Bolsonaro, pois pouco depois do “fim” do Renda Brasil, Bittar já foi autorizado pelo presidente a criar o Renda Cidadã.

O motivo da irritação do presidente com o Renda Brasil foi por conta dos membros da equipe econômica do governo divulgarem medidas em estudo, mostrando da onde o dinheiro sairia para bancá-lo.

Esperamos que esse texto tenha sido útil para você, compartilhe com seus amigos para que eles também saibam mais sobre o programa Renda Cidadã do governo federal. Além disso, se você participa de algum programa do governo, conta para nós através dos comentários como é a relação!

Editor

Entusiasta ao marketing online, apaixonado por crédito e finanças pessoais