Segunda onda da Covid-19 – Cenário abala novamente economia
O Brasil de ruim, durante um bom tempo, está ficando pior frente a segunda onda da Covid-19.
A mais de 20 dias o país está com média móvel de mortes acima de 1 mil por dia.
Claro, os dados acabaram se agravando muito devido as reuniões que aconteceram no fim de ano, piorando ainda mais a segunda onda.
Essa situação põe em risco o que houve de melhor na economia do país, desde o primeiro pico, que aconteceu em março e abril de 2020.
A pandemia, passa a empurrar o retorno da normalidade para longe, fazendo com que o impasse acaba não se envolvendo.
Assim, cinco tópicos afetaram diretamente a economia do país, o que leva em cheque seus investidores que são:
- Aumento de pessoas contagiadas pelo coronavírus;
- Fim de programas que auxiliam a economia no país;
- Atrasos de vacinas no mundo todo;
- Diminuição da confiança do consumidor e também do empresário;
- Não há previsão para conter o déficit das contas públicas do país.
Assim, a segunda onda da Covid-19, tornou tudo um grande círculo vicioso.
Como?
Com o fim dos programas sociais e sem a utilização de nenhum substituto para eles, a queda de renda passou a ser maior, assim como a busca por emprego.
Através de uma disputa ainda mais acirrada dentro do mercado de trabalho e um acesso mais difícil a renda, as pessoas passam a ter mais medo de gastar dinheiro, mesmo aquelas que estão empregadas.
Sem vacina, ou pelo menos, sem a vacinação em massa, começa a ficar claro que a segunda onda da Covid-19 pode piorar.
Como não existe certeza de que as pessoas vão começar a gastar dinheiro, os empresários param de investir, diminuindo as vagas de emprego, por exemplo.
Agora, os economistas estão procurando entender se a quebra desse ciclo vai virar uma nova rodada de estímulos financeiros que partirá do governo.
Os agravantes da segunda onda da Covid-19
O Auxílio Emergencial foi encerrado quase na virada do ano, precisamente no dia 29 de dezembro.
Desde esse período, as classes sociais consideradas vulneráveis passaram a receber o Bolsa Família normalmente ou tiveram os seus ganhos interrompidos.
Infelizmente, o que estava ruim, teve como piorar, com o fim do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, conhecido como BEm.
Para quem não lembra, o BEm, permitia que os empresários diminuíssem o custo da folha de pagamento através da redução da jornada de trabalho ou suspensão completa do contrato de trabalho.
O governo, para ajudar nessa questão, acabou pagando um auxílio para complementar os ganhos desse trabalhador enquanto mantivesse esses afastamento.
Dados apontam que foram mais de 20 milhões de acordos fechados.
O PIB então, caiu de 4,1% para 3%, já que quem recebia o auxílio acabou não conseguindo substituir a renda e quem tinha o emprego ficou com medo de perder.
Tudo isso acabou retraindo o consumo de produtos e a rotatividade da economia.
Mesmo depois de negar, veemente a possibilidade de prorrogar o Auxílio Emergencial, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, indicou que o programa vai retornar.
O período ainda não é certo, gira em torno de três ou quatro meses. Além disso, o modelo é reduzido tanto em valores mensais quanto no número de beneficiário.
Auxílio emergencial 2021 – O que está ruim, se feito errado, pode piorar e muito
A equipe econômica, ministrada por Paulo Guedes, tem uma preocupação que para os investidores brasileiros e estrangeiros, é válida.
Com um endividamento chegando a 90% do PIB do país, ele tenta manter o teto de gastos, que é uma emenda que está diretamente ligada ao aumento da inflação no país.
Para que os gastos intensos na pandemia aconteçam, aconteceu a declaração de calamidade pública, mas que se encerrou no fim de 2020.
O presidente do Branco Central, inclusive, Roberto Campos Neto, já deixou claro que, um retorno do auxílio emergencial sem nenhuma contraparte, vai resultar no aumento da taxa Selic.
Entretanto, se não acontecer nenhuma criação de programa social ou se o Auxílio Emergencial não for prorrogado, as pessoas ficaram mais pobre no Brasil.
Ou seja, uma fatia de 10% até 15% da população brasileira deve cair para a linha da pobreza extrema neste ano. Já outros 30% até 35% iriam para uma linha da pobreza.
Esses cálculos foram realizados pelo economista Daniel Duque, que é um pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas.