Superaquecimento – Inflação sobe nos Estados Unidos e eleva temor
O que temia aconteceu e o superaquecimento dos Estados Unidos preocupa o mundo.
A inflação nos Estados Unidos aumentou cerca de 4,2% nos Estados Unidos no mês de abril, se comparado a abril de 2020.
Esse foi um salto maior que o esperado pelos economistas, alimentando temores de que a maior economia do mundo pode estar se superaquecendo.
Essa alta da inflação reflete uma combinação de um suporte fiscal pesado, gargalos na oferta e o aumento dos gastos na medida em que a atividade econômica começa a ganhar força com o avanço da vacinação contra a covid-19.
Resultado da inflação fez com que ações caíssem e pode estimular superaquecimento
A maré ruim deu-se inicio quando as ações americanas caíram depois da divulgação do dado de inflação com o índice S&P 500 fechando em baixa de 2,2%, sua maior queda desde o mês de fevereiro.
O índice da Nasdaq, com grande peso das ações de tecnologia e cujas empresas são muito sensíveis à inflação e juros mais altos, caiu 2,7%.
Além disso, aconteceu uma pressão de venda sobre os bônus do governo dos Estados Unidos, que elevou o rendimento dos Treasuries de 10 anos para 1,68%.
Comissão Europeia influenciou na inflação americana
O movimento da inflação dos Estados Unidos, ocorreu depois da Comissão Europeia (CE) ter elevado, de maneira significativa, as previsões econômicas para os próximos dois anos.
Isso acontece diante da possível aceleração da campanha de vacinação ajudando toda a zona do euro a se recuperar da pandemia.
A zona do euro deverá crescer 4,3% neste ano e 4,4% em 2022, segundo o CE, comparado às previsões anteriores de 3,8% para os dois anos.
Inflação que pode estimular superaquecimento é a maior desde 2008
A inflação que decorreu nos Estados Unidos neste momento, é a mais alta desde 2008 e um salto significativo comparado à leitura de 2,6% de março.
Essa alta reflete os níveis relativamente baixos de inflação no começo da pandemia.
Além disso, ela representa um desafio às autoridades econômicas dos Estados Unidos, tanto no Fed como no governo Biden, que continua a busca um pesado estímulo monetário e fiscal para ajudar na recuperação do país como um todo.
Em resposta aos números que foram apresentados, o conselho de assessores econômicos da Casa Branca disse que a economia dos Estados Unidos experimenta uma normalização dos preços, enquanto ainda se recupera da pandemia.
Assim, o governo entende que haverá meses que ficarão abaixo ou acima das expectativas, na medida em que uma forte demanda encontra, uma oferta em recuperação.
Portanto, a recuperação da pandemia não será linear.
Por fim, o Conselho de Assessoria Econômicos, da Casa Branca anunciou que continuará monitorando os dados na medida em que eles forem aparecendo.
Apesar de republicanos não acreditarem, economistas apoiam Fed e veem situação como natural
Muitos economistas não esperam uma alta permanente da inflação, ou seja, eles compartilham da visão do Fed de que isso não é o começo de uma espiral de alta da inflação.
Assim, se espera que os desequilíbrios entre a oferta e a demanda sejam gradualmente resolvidos e que o ritmo da inflação esfrie de maneira gradual antes de 2022.