Troca na Petrobras foi mau recebida, diz ministro Paulo Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes, deu uma entrevista nesta terça-feira, dia 2 de março, que a troca na Petrobras foi “ruim” economicamente falando, mas disse entender que existe uma lógica política na decisão do presidente Jair Bolsonaro.
Relembre o que aconteceu
No dia 19 de fevereiro, um dia depois de criticar as altas que vinham acontecendo nos combustíveis, o presidente Bolsonaro anunciou a sua indicação, general Joaquim Silva e Luna para substituir Roberto Castello Branco, atual presidente da Petrobras e que foi escolhido por Guedes.
Essa decisão foi tomada depois de Bolsonaro criticar a gestão feita pela Petrobras e as altas frequentes no preço do combustível.
Obviamente que esse anúncio não foi bem recebido na bolsa de valores e os preços das ações da estatal acabou despencando.
Presidente da República tenta lidar com troca na Petrobras
Depois de diversas declarações negativas frente a Petrobras, o presidente decidiu zerar, por um período de dois meses, todos os impostos federais sob o óleo diesel.
O decreto acabou zerando a alíquota do PIS e Cofins, que foram publicados segunda-feira e mencionamos aqui para você.
Troca na Petrobras fora feita para satisfazer caminhoneiros
Segundo Paulo Guedes, a troca na Petrobras foi uma “satisfação” aos caminhoneiros, que estavam se queixando da alta dos preços do diesel e são os “eleitores típicos”, segundo o ministro.
Para Paulo Guedes o público caminhoneiro, que é um público sempre muito associado ao presidente Bolsonaro, são eleitores típicos e fiéis do presidente Bolsonaro, que precisou dar uma satisfação.
Por fim, Guedes disse que o governo está tentando fazer isso da maneira mais correta possível.
Conselheiros da estatal pedem para deixar o cargo após a troca na Petrobras
Quatro pessoas que fazem parte do conselho de administração da Petrobras informaram na noite de ontem, terça-feira, 2 de março, que eles não irão aceitar a recondução dos seus cargos na próxima assembleia geral da estatal.
Os quatro conselheiros são:
- João Cox Neto;
- Nivio Ziviani;
- Paulo Cesar de Sousa e Silva;
- Omar Carneiro da Cunha.
Essa decisão acontece logo depois do presidente Jair Bolsonaro indicar o general Joaquim Silva e Luna no comando da estatal para o lugar de Castello Branco depois de subir repetidamente os preços da companhia.
Vale lembrar que o mandato de Castello Branco acaba então no dia 20 de março.
Em um comunicado enviado ao mercado Cox Neto e Ziviani fizeram questão de agradecer o convite para participarem do novo Conselho, entretanto, informaram que eles não poderão aceitar o pedido por “razões pessoais”.
A nota enviada foi: “Em virtude dos recentes acontecimentos relacionados às alterações na alta administração da Petrobras, e os posicionamentos externados pelo representante maior do acionista controlador da mesma, não me sinto na posição de aceitar a recondução de meu nome como Conselheiro desta renomada empresa, na qual tive o privilégio de servir nos últimos sete meses”, acrescentou Carneiro da Cunha Sobrinho, ex-presidente da Shell.
Mesmo que o país tenha passado por uma pandemia severa, a Petrobras quebrou seu recorde de lucros no ano passado, com um lucro de R$ 7 bilhões.