PIB do Brasil despenca 4,1% em 2020, pior queda desde 1996.
O Produto Interno Bruno (PIB) do Brasil desmoronou em 2020 em 4,1%, segundo divulgou, quarta-feira o IBGE.
Diante das expectativas, a atividade econômica teve a maior queda desde o início da série histórica atual do IBGE, que se inicio em 1996.
Essa queda, informou o IBGE interrompeu o crescimento de três anos seguidos, desde 2017, quando o PIB foi capaz de acumular uma alta de 4,6%.
Se esses dados forem passados por valores, o PIB chegou a R$ 7,4 trilhões. Já o per capita, ou seja, a renda por habitante em 2020 foi de R$ 35.172, mais uma queda, com 4,8% a menos, a maior que foi registrada em 25 anos.
O PIB é toda a soma dos bens e serviços que são produzidos no país e é utilizado para medir a evolução da economia.
Destaques do PIB em 2020
Veja abaixo quais são os maiores destaques do que aconteceu no PIB em 2020, onde colocarei quais foram os setores que perderam a produção e os que ganharam:
- Prestação de serviços terminou com -4,5%;
- As industrias terminaram com -3,5%;
- Agropecuária, único setor que terminou em positivo foi de 2%;
- Consumo das famílias -5,5%;
- Consumo do governo, -4,7%;
- Os investimentos no país diminuíram e terminaram em -0,8%;
- As exportações diminuíram e ficaram em -1,8%;
- A importação por sua vez foi de -10%;
- Por fim, a construção civil chegou a -7%.
O resultado é um efeito claro da pandemia do coronavírus, quando diversas atividades precisaram serem parados totalmente ou parcialmente paralisadas.
Mesmo que tenha acontecido a flexibilização do distanciamento social, as pessoas se sentiram mais receosas de consumir, principalmente em serviços que poderiam acabar causando aglomeração.
2020 começou muito ruim, mas melhorou 11% até o final do ano com o PIB
O encolhimento do PIB acabou interrompendo uma sequência de 3 anos de crescimento na economia e aconteceu antes do país conseguir se recuperar as perdas da recessão anterior.
Assim, o país não voltou ao patamar da pré-pandemia, entretanto, se acontecer uma comparação da economia no pior momento da pandemia, até aqui, houve uma recuperação de 11%.
De acordo com o IBGE, foi justamente um patamar como esse que a economia brasileira se encontrava no final de 2018 até o início de 2019.
Setor de Serviços foi o mais prejudicado no PIB
O setor de serviços, que consegue presentar cerca de 70% do PIB, foi o setor mais afetado pela pandemia e pelas medidas que acabaram sendo bem restritivas.
Dentro dos subcomponentes desse setor está em “outras atividades de serviços” que caiu 12,1%, que está ligado a academias, hotéis e restaurantes.
A única categoria em serviços que cresceram em 2020 foram as atividades financeiras, dentro dos setores de seguros e serviços, com 4% e as atividades imobiliárias 2,5%.
Indústrias tem uma queda mais intensa em 5 anos
A queda de 3,5% da indústria acabou interrompendo dois anos seguidos em alta e foi uma das quedas mais intensas desde 2016, o que acabou recuando 4,6%.
Certamente o pior desempenho na indústria em 2020 foi dentro da construção civil, com -7%, que voltou a cair depois de ter uma alta de 1,5% em 2019.
Outros duas categorias que desabaram foram:
- Indústrias de transformação, com -4,3%;
- Eletricidade, gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduo, com -0,4%.
Segundo o IBGE, os principais destaques negativos que acabaram pressionando a queda da indústria em geral, partiu da produção automotiva e equipamentos de transporte.
Além disso, outros setores que acabaram destacando a indústria foram:
- Metalúrgica;
- Máquinas;
- Equipamentos;
- Artigos de vestuário.
Já as indústrias extrativas conseguiram avançar 1,3%, devido à alta da produção de petróleo e gás que acabou compensando a queda na extração de minério de ferro.