Aumento da gasolina e do diesel – Petrobras anuncia ajustes

O ano mal começou e a Petrobras anunciou um novo aumento da gasolina e do diesel.

Depois de fazer um reajuste de 7,6% no dia 8 de janeiro e outro no dia 26 do mesmo mês de 5%, a gasolina já chegou a 13% de aumento nas refinarias.

O diesel, por sua vez, foi reajustado em 4,4%.

Vale lembrar que o aumento do diesel tem levado os caminhoneiros a um grande descontentamento o que vem fazendo com que ocorra paralisações, ainda isoladas, por todo o Brasil.

Analistas avaliam aumento da gasolina e do diesel

Segundo analistas, deve acontecer outro aumento nos preços dos combustíveis.

Mas, porque isso irá acontecer?

Atualmente, o preço praticado pela Petrobras, no mercado interno está abaixo do que o mercado internacional anda apresentando.

Assim, como o mercado internacional é a principal referência para os reajustes da estatal, esse aumento não deve demorar muito.

Mas, não se pode jogar a responsabilidade para o mercado externo, já que não é somente o setor que estimula os preços.

Na verdade, existem outros agravantes que o setor aponta, por exemplo:

• A valorização do petróleo, diante da manutenção da oferta da Opep e também da Rússia;
• O crescimento que a economia mundial deve passar a ter;
• O avanço da vacinação contra o coronavírus no mundo todo;
• Incertezas do câmbio, diante do desequilíbrio que vem tendo as contas públicas no Brasil.

Qual será o aumento da gasolina e do diesel para o consumidor final?

Mesmo que o aumento das refinarias tenham ocorrido, o mesmo valor não vai chegar no consumidor final.

Mas, por que isso acontece?

Isso acontece porque o percentual repassado nunca é o mesmo, já que é incluído ao consumidor final alguns impostos, como:

• Impostos federais;
• Cide e Pis/Cofins;
• O ICMS estadual;
• Margens de lucros das distribuidoras e das revendedoras.

Diante disso, como o valor final para as refinarias são baixos, ele não deve ter o mesmo percentual de aumentos nos postos.

Dado os aumentos que ocorre nos preços para chegar nas bombas, com os adicionais que mencionei acima, o valor final é outro.

Assim, para nós, consumidores, a alta neste ano da gasolina deve ser de 8% e 10% no preço total.

Já o diesel não deve subir tanto, devido à preocupação política do reajuste desse combustível desde que aconteceu a greve dos caminhoneiros que parou o Brasil em 2018.

Claro, o valor da gasolina irá pesar, principalmente, no bolso dos consumidores de classe média que tem carros e trabalhadores que dependem dos seus veículos para se sustentar, como entregadores e os motoristas de aplicativos como Uber.

Preço final do diesel será sentido em diversos setores

Mesmo que o diesel não tenha um peso direto menor no IPCA, que é o índice oficial da inflação, ele tem um impacto indiretamente maior nos preços finais.

Ou seja, o consumidor irá ver o aumento em fretes de todos os produtos que partem das transportadoras por rodovias e custos industriais.

Portanto, mesmo que a expectativa seja uma inflação menor do que a esperada em 2021, segundo o boletim mais recente do Focus do Banco Central, o preço dos combustíveis atrelados ao de alimentos e um IPCA acumulado em 12 meses, podem levar um aumento de 6% em maio, contribuindo para um mal-estar da população com relação aos preços.

Afinal de contas, a alimentação pesa bastante e o combustível não deve ficar atrás.

Aumento do combustível é um problema de todos

A inflação das pessoas que não tem carro é avaliada sempre de acordo com o preço das passagens dos transportes públicos.

Nesse caso, no Brasil, o principal meio de se locomover é através do ônibus urbano.

Assim, 30% do custo da passagem está diretamente ligada ao preço final do diesel.

Portanto, se o diesel subir, ele vai influenciar no custo da passagem de ônibus, que é um item que vai pesar diretamente no bolso da família de baixa renda.

Além disso, o diesel também é utilizado em vários setores industriais.

Logo, o valor final pode favorecer também no aumento dos preços de uma diversidade significativa de produtos.

Ou seja, o valor subirá tanto para o consumidor final, quanto para as indústrias.

Já a gasolina, deve afetar a população mais rica.