Banco Central mantém a taxa de juros elevada para os próximos meses
A persistência na inflação fez com que o Banco Central do Brasil mantivesse a forte intensidade dos aumentos da taxa de juros para equilibrar a inflação de 2022 na meta diante de possibilidades de ela ser ultrapassada.
O Comitê de Política Monetária ratificou a ata da reunião anterior, elevando a Selic em 0,75 ponto percentual e indicou que a alta deverá ocorrer no encontro de junho, se nada diferente acontecer até lá.
Pelo comunicado que foi feito na Copom a intensidade do aumento dos juros, antecipada para encurtar o ciclo desde o início, culminará um ajuste mais forte do que o previsto no início.
Projeções do Banco Central vai tentar controlar juros em 2022
Pelas projeções que foram realizadas pelo Banco Central, com base na pesquisa Focus, além do câmbio evoluindo pela paridade do poder de compra a partir de R$ 5,40 a inflação de 2021 será de 5,1% e a de 2022, de 3,4%, com a Selic em 5,5% e 6,25%, respectivamente.
Entretanto, o encontro anterior deu que os juros se encerrariam em 2021 com 4,5% e 2022 em 5,5%, com o real ainda mais desvalorizado, a R$ 5,70.
Ou seja, com juro 1 ponto percentual maior do que o esperado em 2021 e 0,75% maior que em 2022 e uma valorização do real em 5% em relação ao que foi comunicado em março.
Assim, a inflação piora um pouco este ano e cai apenas 0,1 ponto em 2022 (3,4%).
Banco não emitiu nenhum tipo de explicação para essa situação, mas uma das pistas é justamente os preços administrados, que pela previsão do BC acabou reduzindo em 2021.
Preço da bandeira vermelha da energia se torna fator de preocupação
O avanço dos preços das commodities já era realidade em março na ata do Copom, quando a pressão dos combustíveis já despontava como fator alimentador da inflação.
Entretanto, o impacto agora, segundo o que apresentou o Banco Central, se dissemina pelos alimentos e os bens industriais, além de um foco extra no preço da energia.
Com a transição para patamares mais elevados de bandeira tarifária deve manter a inflação mais pressionada no curto prazo.
Banco Central – Estímulos tem prazo de validade
O fim do ciclo de estímulos é compatível com a visão do Banco Central sobre a evolução da economia.
No Relatório da Inflação, o hiato do produto, negativo em mais de 3% neste ano, vai ser zerado em 2022, sugerindo então que não haverá mais necessidade da ajuda da política monetária.
Entretanto, tudo isso vai depender da evolução da economia e do balanço de riscos para uma possível inflação no país.
Copom vem economia retomando a normalidade
Falando sobre o futuro da economia, o Copom aponta uma incerteza sobre o ritmo de crescimento e que ele permanece acima do esperado do usual, mas, aos poucos deve ser retornado à normalidade.
O tempo aqui é bem relevante, já que pela falta de vacinas, o calendário de imunização está atrasado e é possível tanto que o Brasil consiga acelerar o passo e recupere o tempo perdido, como também pode acontecer de o país fique à mercê de uma terceira onda da covid-19.
Obviamente que essa situação pode levar a novos lockdown que derrubam a atividade econômica.
O desempenho no segundo trimestre será ruim e as perspectivas de retomada firme acabou pulando para o próximo semestre.